é sobre estar num corpo mulher, numa sociedade que é ferozmente masculina.
sociedade essa, que curiosamente
detesta
tudo que é feminino.
o sangue
o corpo rechonchudo
os seios fartos de leite
o cheiro
o gosto
os pelos
as curvas
estrias
celulites
menstruação
miscegenação
menopausa
fluídos
cores & formas
essa que tenta impiedosamente plastificar e padronizar tudo que é feminino.
sem cheiros
sem pelos
sem curvas
sem sangue
sem menstruação
remédios & pílulas
sem dores
sem sentidos
sem vida, por favor.
é sobre compreender que ser mulher na sua visceralidade selvagem vai de encontro com tudo que é motivo de vergonha aos olhos do patriarcado.
é rugido
uivo
grito
parto
fluídos
ventre
inchaço
ciclicidade
hormônios
dilatação
voz
sangue
texturas
é tudo aquilo que nos ensinam desde pequenas a esconder e a se envergonhar.
hoje, no dia da mulher
além de flores e parabéns
revolucione
investigue
questione
tudo que te ensinaram sobre “ser mulher”
o feminino é sagrado
e é portal,
ventre-terra-mãe
Deus na verdade,
é mãe.
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