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Foto do escritorMarcelle Cordeiro

A criança ferida e a fase pré ovulatória




Tenho recebido muitos relatos de mulheres com dificuldade em suas pré ovulatórias. Tanto a dificuldade de identificar essa fase e reconhecer quando inicia, como a dificuldade de pegar impulso e aproveitar a energia da donzela para colocar seus sonhos no mundo.


Tudo isso revela uma coisa em comum: as feridas da nossa criança interior.


Arquetipicamente nessa fase somos regidas pela figura da donzela ou simplesmente a menina. A menina da pré ovulatória representa a nossa face mais jovem, enérgica, focada, as vezes imatura e cheia de paixão e sonhos pra realizar.


Essa característica se deve tanto pela questão hormonal: estrogênio alto e muita energia física e mental disponível, como pela questão simbólica que nos mostra aspectos da nossa criança nessa fase.


Veja bem... Se a sua criança têm feridas relacionadas à auto estima e auto valor é muito provável que você sinta uma falta de energia nessa fase, preguiça, auto sabotagem. É como se você acreditasse não ser capaz de realizar aquilo que deseja e por isso você nem se permite tentar, inconscientemente existe a crença de que é "perca de tempo" gastar energia com isso.


Perceba que essa crença limitante te mantém numa zona de conforto, longe do "perigo" e dos desafios. É exatamente isso que a sua criança ferida teme: os desafios e o crescimento. Existe o medo de se machucar, de não conseguir e de não ser validada por aquilo que está fazendo. Por isso a ilusão é de que é mais fácil se manter na inércia numa sensação de que ali tudo estará bem e sob controle.


Aqui também se revela: a dependência emocional e a imaturidade. Pois é mais fácil projetar a expectativa dos nossos sonhos no outro, na família, relacionamento, sociedade, pois assim "não" temos a responsabilidade de arcar com as nossas demandas internas, pois "depende" do outro.


O medo dessa criança ferida é o medo de crescer, de ser adulta e de assumir responsabilidades. A inércia nessa fase revela o medo de colocar a mão na massa e fazer os seus sonhos acontecer, porque talvez dê certo e tudo ocorra bem e aí quem vai lidar com toda essa demanda?


Talvez essa criança tenha crescido cedo demais, tenha tido problemas com a figura materna na infância, existe a crença de que é mais fácil se manter no casulo interno e não se colocar em perigo porque ali ninguém pode machucá-la.


Pode ser que essa criança não tenha sido ouvido e validada pelos pais na infância, tenha tido sua voz silenciada ou suas ideias e expressões ignoradas, por isso ela sente medo e insegurança de colocar tudo isso no mundo. Existe uma voz que repete incessantemente: "o que será que as pessoas vão pensar?".


O fato de não ter havido esse reconhecimento na infância das figuras primordiais, faz com que muitas vezes ela busque essa validação e aprovação no mundo externo, das pessoas ao redor, dos familiares, amigos. Existe um medo profundo de receber criticas, de se colocar em desafios, de tentar...


A auto cura aqui está na investigação sincera dessas feridas, compreender de onde vêm, quando começaram, com quais figuras de pai e mãe estão relacionadas e quais são os gatilhos que ativam essas memórias hoje.


Respire profundamente e se conecte com a sua criança interior. Dê a ela um abraço apertado e diga que vai ficar tudo bem, vocês estão seguras agora e têm permissão para serem quem são e para dar voz aos seus sonhos no mundo.

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